Casal perfeito

"Tão sutilmente em tantos breves anos
foram se trocando sobre os muros
mais que desigualdades, semelhanças,
que aos poucos dois são um, sem que no entanto deixem de ser plurais:
talvez as asas de um só anjo, inseparáveis.
Presenças, solidões que vão tecendo a vida,
o filho que se faz, uma árvore plantada,
o tempo gotejando do telhado.
Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe o pó de um cotidiano desencanto.
Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos
que uma em outra pode se trocar,
sem que alguém de fora o percebesse nunca."
(Lya Luft)



CASAL PERFEITO
Lya Luft

A solidão dos homens tem a medida da solidão de suas mulheres. Isso eu disse e escrevi - e repito - em dezenas de palestras por este país afora. Aí me pedem para escrever sobre o casal perfeito: bom para quem gosta de desafios.
O casal perfeito seria o que sabe aceitar a solidão inevitável do ser humano, sem se sentir isolado do parceiro - ou sem se isolar dele? O casal perfeito seria o que entende, aceita, mas não se conforma, com o desgaste de qualquer convívio e qualquer união?

Talvez se possa começar por aí: não correr para o casamento, o namoro, o amante (não importa) imaginando que agora serão solucionados ou suavizados todos os problemas - a chatice da casa dos pais, as amigas ou amigos casando e tendo filhos, a mesmice do emprego, chegar sozinha às festas e sexo difícil e sem afeto.
Não cair nos braços do outro como quem cai na armadilha do "enfim nunca mais só!", porque aí é que a coisa começa a ferver. Conviver é enfrentar o pior dos inimigos, o insidioso, o silencioso, o sempre à espreita, o incansável: o tédio, o desencanto, esse inimigo de dois rostos.

Passada a primeira fase de paixão (desculpem, mas ela passa, o que não significa tédio nem fim de tesão), a gente começa a amar de outro jeito. Ou a amar melhor; ou, aí é que a gente começa a amar. A querer bem; a apreciar; a respeitar; a valorizar; a mimar; a sentir falta; a conceder espaço; a querer que o outro cresça e não fique grudado na gente.

O cotidiano baixa sobre qualquer relação e qualquer vida, com a poeira do desencanto e do cansaço, do tédio. A conta a pagar, a empregada que não veio, o filho doente, a filha complicada, a mãe com Alzheimer, o pai deprimido ou simplesmente o emprego sem graça e o patrão de mau humor.
E a gente explode e quer matar e morrer, quando cai aquela última gota - pode ser uma trivialíssima gota - e nos damos conta: nada mais é como era no começo.
Nada foi como eu esperava. Não sei se quero continuar assim, mas também não sei o que fazer. Como a gente não desiste fácil, porque afinal somos guerreiros ou nem estaríamos mais aqui, e também porque há os filhos, os compromissos, a casa, a grana e até ainda o afeto, é preciso inventar um jeito de recomeçar, reconstruir.

Na verdade devia-se reconstruir todos os dias. Usar da criatividade numa relação. O problema é que, quando se fala em criatividade numa relação, a maioria pensa logo em inovações no sexo, mas transar é o resultado, não o meio. Um amigo disse no aniversário de sua mulher uma das coisas mais belas que ouvi: "Todos os dias de nosso casamento (de uns 40 anos), eu te escolhi de novo como minha mulher".

Mas primeiro teríamos de nos escolher a nós mesmos diariamente. Ao menos de vez em quando sentar na cama ao acordar, pensar: como anda a minha vida? Quero continuar vivendo assim? Se não quero, o que posso fazer para melhorar? Quase sempre há coisas a melhorar, e quase sempre podem ser melhoradas. Ainda que seja algo bem simples; ainda que seja mais complicado, como realizar o velho sonho de estudar, de abrir uma loja, de fazer uma viagem, de mudar de profissão.

Nós nos permitimos muito pouco em matéria de felicidade, alegria, realização e sobretudo abertura com o outro. Velhos casais solitários ou jovens casais solitários dentro de casa são terrivelmente tristes e terrivelmente comuns. É difícil? É difícil. É duro? É duro. Cada dia, levantar e escovar os dentes já é um ato heróico, dizia Hélio Pellegrino.
Viver é um heroísmo, viver bem um amor mais ainda. O casal perfeito talvez seja aquele que não desiste de correr atrás do sonho de que, apesar dos pesares, a gente, a cada dia, se escolheria novamente, e amém.

Em vez de “POR QUE?”, experimente perguntar “PRA QUE?”

"Nada acontece por acaso.
Não existe a sorte.
Há um significado por detrás de cada pequeno ato.
Talvez não possa ser visto com clareza imediatamente,
mas sê-lo-á antes que se passe muito tempo."
(Richard Bach).



EM VEZ DE “POR QUE?”, EXPERIMENTE PERGUNTAR “PRA QUE?”
Rosana Braga
www.rosanabraga.com.br

Em princípio, as duas perguntas parecem muito semelhantes. Porém, se observadas com sensibilidade e sutileza, encontramos entre elas uma diferença essencial: a intenção com que as fazemos!
Perguntamos “por que?” quando estamos vivendo uma fase de conflitos, perdas e frustrações principalmente pelo fato de nos considerarmos injustiçados. Queremos compreender por que a vida ou até mesmo Deus (quanta petulância!) nos colocou numa situação tão dolorosa...
Julgamos, em geral, que existem pessoas bem mais “malvadas” que nós (ou alguém que amamos muito) e, portanto, elas sim mereciam tal “castigo”. Não nós, que tantas boas ações temos praticado! Não nós, que tanto temos pedido por ajuda e proteção...

E assim, perdemos a preciosidade contida dor! Perdemos a oportunidade valiosa de expandir nossa capacidade de viver bem e feliz. Jogamos pela janela a chance sagrada de evoluir e aprender mais uma lição nesta dimensão, que é a mais verdadeira e eficiente universidade que podemos cursar.
Para mudar essa dinâmica, bastaria mudar a pergunta. Ou melhor, bastaria mudar a intenção ao fazê-la. Em vez de insistir na lamentação e se estagnar no papel de vítima, poderíamos aceitar o convite para um novo aprendizado.
Em vez de resistir e repetir indefinidamente “por que comigo?”, “por que justo agora?”, “por que com essa pessoa, que é tão boa?”, “por que de novo?”, experimente perguntar “pra que?”. Ou seja, qual é a lição contida nesta perda, nesta dor, nesta frustração?

Definitivamente, a vida é um imenso quebra-cabeça, com mais de 6,5 bilhões de peças. Somos, cada um de nós, uma dessas peças. Será mesmo possível compreendermos por que algo acontece aqui e agora, justamente com essa e não com aquela pessoa?
Será mesmo possível nos dar o direito e a competência de julgar um evento isolado, sendo que não temos a visão do todo? Sendo que estamos muito longe de conseguir avaliar o quanto esse acontecimento vai interferir no cenário final desta imensa figura desenhada pela espécie humana?

A mim, parece prepotência demais! Então, prefiro me ater ao que posso e ao que me parece que a grande maioria de nós pode: cuidar de si e daquilo que interfere à sua volta. E se considerarmos que a atitude de uma única pessoa pode influenciar outras cinco ao seu redor, talvez comecemos a compreender qual é a matemática, ou melhor, qual é a resposta que vale a pena buscar!

Pra que ter um pouquinho mais de paciência com esse momento difícil? Pra que dar um pouco mais de si na harmonização de um conflito? Pra que ser um pouco mais colaborativo num momento de reajustes e mudanças? Pra que ter um pouco mais de fé numa situação de perdas? Pra que, enfim, ser um pouquinho – só um pouquinho que seja – mais gentil que antes?
E daí, sim, poderemos descobrir, de fato e na prática, que cada dia é uma página de exercícios no grande livro que é a história de cada um... E esta é a sua parte: fazer uma página. Apenas uma. A de hoje, a de agora, pra que fique bem claro que existe uma única resposta a todos os “porquês”: porque tudo é exatamente como tem de ser! Tá tudo certo quando fazemos a nossa parte da melhor forma que podemos!

Um pouco de silêncio

"Apenas no silêncio interno, a alma descobre os segredos de Deus."
(Frederick William Robertson)



UM POUCO DE SILÊNCIO
Lya Luft
in “Pensar é transgredir”

Nesta trepidante cultura nossa, da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade.
Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações. Muitas desnecessárias, outras impossíveis, algumas que não combinam conosco nem nos interessam.
Não há perdão nem anistia para os que ficam de fora da ciranda: os que não se submetem mas questionam, os que pagam o preço de sua relativa autonomia, os que não se deixam escravizar, pelo menos sem alguma resistência.

O normal é ser atualizado, produtivo e bem-informado. É indispensável circular, estar enturmado. Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se cuidar botam numa jaula: um animal estranho.
Acuados pelo relógio, pelos compromissos, pela opinião alheia, disparamos sem rumo - ou em trilhas determinadas - feito hâmsteres que se alimentam de sua própria agitação.

Ficar sossegado é perigoso: pode parecer doença. Recolher-se em casa ou dentro de si mesmo, ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua alma.
Estar sozinho é considerado humilhante, sinal de que não se arrumou ninguém - como se amizade ou amor se "arrumasse" em loja. Com relação a homem pode até ser libertário: enfim só, ninguém pendurado nele controlando, cobrando, chateando. Enfim, livre!
Mulher,não. Se está só, em nossa mente preconceituosa é sempre porque está abandonada: ninguém a quer.

Além do desgosto pela solidão, temos horror à quietude. Logo pensamos em depressão: quem sabe terapia e antidepressivo? Criança que não brinca ou salta nem participa de atividades frenéticas está com algum problema.
O silêncio nos assusta por retumbar no vazio dentro de nós. Quando nada se move nem faz barulho, notamos as frestas pelas quais nos espiam coisas incômodas e mal resolvidas, ou se enxerga outro ângulo de nós mesmos. Nos damos conta de que não somos apenas figurinhas atarantadas correndo entre casa, trabalho e bar, praia ou campo.
Existe em nós, geralmente nem percebido e nada valorizado, algo além desse que paga contas, transa, ganha dinheiro, e come, envelhece, e um dia (mas isso é só para os outros) vai morrer. Quem é esse que afinal sou eu? Quais seus desejos e medos, seus projetos e sonhos?

No susto que essa idéia provoca, queremos ruído, ruídos. Chegamos em casa e ligamos a televisão antes de largar a bolsa ou pasta. Não é para assistir a um programa: é pela distração.
Silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona sabe Deus que desconserto nosso. Com medo de ver quem - ou o que - somos, adia-se o defrontamento com nossa alma sem máscaras.
Mas, se a gente aprende a gostar um pouco de sossego, descobre - em si e no outro - regiões nem imaginadas, questões fascinantes e não necessariamente ruins.
Nunca esqueci a experiência de quando alguém botou a mão no meu ombro de criança e disse:
-Fica quietinha, um momento só, escuta a chuva chegando.
E ela chegou: intensa e lenta, tornando tudo singularmente novo. A quietude pode ser como essa chuva: nela a gente se refaz para voltar mais inteiro ao convívio, às tantas frases, às tarefas, aos amores.
Então, por favor, me dêem isso: um pouco de silêncio bom para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito além das palavras de todos os textos e da música de todos os sentimentos.

Pequenos milagres

"Gosto muito de um pensamento que diz 'Deus escolhe por onde passamos e nós escolhemos como'. Das duas uma: ou você está assumindo o controle consciente sobre as decisões e escolhas que faz em sua vida, ou está deixando que o mundo determine o que você será e onde estará. Ou você é a causa ou é a consequência do seu mundo. É fato: você não pode definir todas as coisas que irão lhe ocorrer, mas sempre poderá escolher como reagir a elas. Nesse instante, você desenha parte de seu destino.
Compromisso de hoje: Quem tem feito minhas escolhas? Se eu próprio, com base em meus valores e convicções, vou me dar os parabéns. Se os outros, vou continuar ouvindo as pessoas, mas, conscientemente, começar a fazer sempre a escolha final. Não mais culparei o mundo." (Paulo Angelim)


PEQUENOS MILAGRES
Fonte(*): Livro "Pequenos Milagres II"
Autores: "Yitta Halberstam & Judith Leventhal"

A vida é uma coisa pequena!, escreveu certa vez Robert Browning. Mas uma coisa pequena pode significar uma vida. Até mesmo duas vidas. Eu me lembro bem disso. Há dois anos, no centro de Denver, meu amigo Scott Reasoner e eu vimos algo minúsculo e insignificante mudar o mundo, mas ninguém mais pareceu perceber.

Era um desses dias lindos em Denver. Claro como água, sem umidade, nenhuma nuvem no céu. Decidimos andar os dez quarteirões até um restaurante ao ar livre em vez de pegar o ônibus circular. Quando nos sentamos do lado de fora, o sol continuava a nos atingir em cheio e ficou cada vez mais quente. Não havia a mais leve brisa e o calor emanava do tampo da mesa. Nada se movia, exceto os garçons, é claro. E eles também não se moviam muito rápido.

Depois do almoço, Scott e eu começamos a andar de volta para o shopping. Ambos percebemos uma mãe e sua filha pequena saindo de uma loja de cartões em direção à rua. Ela segurava a filha pela mão enquanto lia um cartão de congratulações. Imediatamente percebemos que ela estava tão absorta na leitura do cartão, que não viu o ônibus circular vindo em alta velocidade pela rua, na sua direção. Ela e a filha estavam prestes a descer da calçada, quando Scott e eu, desesperados, decidimos gritar, alertando-a. Não havíamos ainda emitido nenhum som quando uma brisa inesperada arrancou o cartão da mão dela, fazendo-o voar por cima de seu ombro. A mãe parou e rodopiou para agarrar o cartão, quase derrubando a filha. Quando se virou para atravessar a rua, o ônibus já havia passado como uma flecha por ela. Ela nunca soube o que quase aconteceu.

Até hoje, duas coisas a respeito deste acontecimento me deixam perplexo. De onde veio aquela lufada de vento que arrancou o cartão das mãos da jovem mãe? Não houvera um único sopro durante o almoço ou nossa caminhada de volta ao shopping.

Em segundo lugar, se tivéssemos conseguido gritar, ela poderia ter olhado para nós enquanto continuava a andar na direção do ônibus. Foi o vento que a fez virar para reaver o cartão - na única direção que salvaria sua vida e a de sua filha. O ônibus que passava não criou o vento. Ao contrário, o vento veio da direção oposta.

Não tenho dúvida de que foi o sopro de Deus protegendo as duas. Mas o impressionante desse milagre é que ela nunca soube. Enquanto andávamos de volta para o trabalho, imaginei a freqüência com que Deus atua em nossas vidas sem que nos demos conta. A diferença entre a vida e a morte pode ser uma coisa pequena.

(*) Este livro é uma coletânea de histórias reais acerca de "coincidências" que tocaram, de alguma forma, a vida das pessoas.

A fórceps

"Quando o homem vem ao mundo, suas mãos estão sempre fechadas como se quisesse dizer:
'O mundo inteiro é meu e conseguirei agarrá-lo'.
Quando o homem parte do mundo, suas mãos estão sempre abertas como se quisesse dizer:
'Não tenho nada em meu poder tudo que posso levar são minhas lembranças, tudo que posso deixar são meus exemplos'."
(Midrach Rabba sobre o Eclesiastes - citado por Paulo Coelho)


A FÓRCEPS
Martha Medeiros

Recebo o e-mail de uma amiga contando que, mesmo não tendo tempo para mais nada, voltou para as aulas de dança, que está fazendo à noite. Diz ela: “Tem coisas que devemos abrir espaço a fórceps, ou corremos o risco de serem extinguidas de nossas vidas”.

Fórceps todos sabem o que é. Um instrumento que, em obstetrícia, serve para extrair o bebê do útero, em caso de pouca dilatação do ventre. Falando assim, parece uma coisa agressiva, mas não é. É um help. Se a natureza não está ajudando, o fórceps vai lá e puxa o bebê pra vida.

Pois é assim que estamos levando os dias: a fórceps. Se existe uma coisa que não se dilata espontaneamente é o tempo, ao contrário, está cada vez mais apertado, então a gente tem que tratar de extrair tudo o que a gente quer da vida na marra mesmo. Forçando um pouco.

E lá vamos nós pra noite, mesmo com medo da própria sombra. Vamos jantar, vamos ao cinema, vamos ao bar, vamos à casa de amigos, vamos cantarolando dentro do carro e com os vidros bem fechados, vamos despistando as neuras e tentando estacionar bem longe das estatísticas estampadas nas páginas policiais.

E a gente promete nunca mais telefonar para quem nos faz sofrer mas acaba telefonando, e ele atende, e implica, e a gente some, e ele chama, e a gente volta, e briga, e ama, e sofre, e ama, e ama, e ama, e desama, e termina, e quando parece que cansamos, que não há mais espaço para um novo amor, outro aparece, outro parto, começa tudo de novo, aquele ata-e-desata, o coração da gente sendo puxado pra fora.

E a gente faz mágica: vive 32 horas por dia, oito dias por semana, 14 meses por ano — e com um salário microscópico. Fazemos a volta ao mundo com meio tanque de gasolina, dormimos seis horas por noite, sonhamos acordados o tempo inteiro. Bebemos um drinque com as amigas e voltamos para casa sóbrias, entramos no quarto das crianças sem acordá-las, um pássaro não seria mais leve. Lemos todos os livros do mundo nos intervalos da novela, paramos dois segundos para olhar o pôr-do-sol pela janela, telefonamos para nossa mãe ao mesmo tempo em que respondemos o e-mail de um cliente, e se alguém sorri para nós, a gente se aproxima, se arrisca e renasce nestas chances de vida. Porque senão é da casa pro trabalho e do trabalho pra casa, deixando o tempo agir sozinho, esperando dilatações espontâneas.
E, como elas não acontecem, permanecemos paralisados na vidinha mesma de sempre, lamentando o fim das nossas aulas de dança.

Expectativas

“Deus mostra o futuro raramente, e por uma única razão: é um futuro que foi escrito para ser mudado. No presente é que está o segredo; Se você prestar atenção no presente, poderá melhorá-lo. E se você melhorar o presente, o que acontecerá depois também será melhor. Esqueça o futuro e viva cada dia da sua vida nos ensinamentos da Lei, e na confiança de que Deus cuida dos seus filhos. Cada dia traz em si a Eternidade.” (Paulo Coelho)


EXPECTATIVAS
Artur da Távula

Cada vez que se formula uma expectativa sobre algo que vai ocorrer, cada um de nós inunda o instante futuro, o acaso, o novo, o adiante, com resíduos de um passado mental, aquele que engendrou a expectativa e pretende aprisionar a realidade dentro dela. E jogar passado no futuro é uma forma de nunca evoluir. Ou de sofrer.

Estamos tão pouco preparados para o novo e para o criativo que justamente as coisas que mais desejamos ou queremos, fazêmo-las vítimas de uma expectativa anterior a elas, mero expediente mental de controlar o futuro com o passado da imaginação. Daí, elas serão ruins ou boas, não em função delas mesmas ou de como estaremos nos momentos em que elas ocorrerão e sim em função da correspondência (ou não) com o esquema mental anterior, construído para aprisionar a realidade dentro de nossos limitados esquemas mentais, desejos e vontades.

Um bem, um valor, um objeto, uma viagem, não se transformam em bons ou maus conforme se apresente a realidade intrínseca deles. Eles ficam bons ou maus para as pessoas segundo correspondam ou não à expectativa delas.

Aprisionar o momento que passa pela expectativa que anteriormente dele construímos, é encharcar de um perigoso e renitente passado, a criatividade de um futuro repleto de acaso e mutação. É predispor-se secretamente para o sofrimento, pois a realidade que é sempre ampliadora em si mesma, diante de nossas expectativas se torna sempre redutora.

A ânsia de não poluir o novo com uma visão anterior a ele, diminui a cota de expectativa que projetamos. E por mais vigilante que seja nesse processo de se fazer limpo, liso e puro para o novo, o ser humano está sempre a ser infiltrado por algumas expectativas teimosas e renitentes, velho vício de inundar de passado, de eco, de resíduo e de repetição, um futuro que é sempre novo em seu mistério e acaso.

Impossível não ter expectativas. E já que é impossível não as ter, possível é limitar o seu efeito sobre nós. Seremos tão mais felizes quanto mais capazes formos de limpar o "adiante" dos ruídos de um passado que nos faz repetir e repetir apenas as experiências que já temos, prisioneiros que somos do "antes", quase nunca hospedeiros do "vir a ser", mensageiros do "depois".

Cardápio da alma

"Quando você olhar à sua volta e achar que o mundo se perde em confusão, que os homens se agridem e se destroem em angústias, olhe para dentro de você; lembre-se que sua vida não está lá fora, não depende do que você ouve, mas do que está na sua consciência. O mundo dos outros não é o seu mundo, a menos que você contribua para a degradação e confusão externas e comuns a muitos setores.
Quando olhar à sua volta e só enxergar problemas, busque sua verdade interior, trabalhe os valores que já construiu e a sua sintonia com Deus. Expresse o melhor de você, pois o mundo é o resultado do que irradiamos e manifestamos, do nosso esforço ou nossa preguiça, nossa nobreza ou nosso desajuste.
Quando a descrença povoar seu coração e você vacilar, sofrer e chorar, é porque sua hora de renascer internamente chegou e pressiona você para não mais adiar sua busca de Deus.
Pare então de olhar só para fora e de se impressionar com a propaganda, com que os outros dizem sobre atualização, libertação ou modismos. Olhe demoradamente sua consciência, sua harmonia interna; indague-se, faça silêncio para que a verdade brote natural. Há um ponto de luz em seu interior que pode desfazer todas as sombras e dúvidas. Busque o fluir da luz.
Que importa se muitos se enquadraram num sistema egoísta e amargo ? Comece você a iluminar, a modificar, a permitir que a paz flua através de você. Deixe que a fonte divina jorre sobre tudo. Comece agora. O esforço próprio é a mola do verdadeiro crescimento humano, é nele que está o germe da vitória.
Não creia nunca no sucesso fácil, na vitória sem luta. Cada um se constrói ou se destrói, se arma, se fortalece e se conquista, ou deixa passar sua hora de crescer e de aperfeiçoar-se. A mente nos oferece mil opções, escolha o esforço correto para as conquistas definitivas.
Ninguém pode fazer por nós o caminho. Trabalho, desinteresse pelo supérfluo e concentração no definitivo eterno são as armas e as portas da libertação. A cada hora você é chamado, é desafiado para se definir, para aprender nova lição, para expandir a consciência da conquista da paz e do amor a Deus e ao próximo."
(Anônimo)


CARDÁPIO DA ALMA
Martha Medeiros

Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do corpo. Mas como anda a dieta da alma?

Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta. Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se alimentar?

Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça. Perseguir.

Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos gente.

Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas, abrace forte, sorria, permita que lhe cacem também.

Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao encontro de tudo que não tem regras, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir, sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não conhece. Olhe para sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um turista. Abra portas. E páginas.

Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço diante de uma vida que, se eu me descuido, torna-se repetitiva, monótona, entediante. Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos dias é tão intenso que às vezes a gente esquece de se alimentar direito.

Desistir não é perder

"Não é a crise que constrói algo em nós -- simplesmente revela de que somos feitos".
(Oswald Chambers)


DESISTIR NÃO É PERDER
James Malinchak
in: Histórias para aquecer o coração dos adolescentes

Uma experiência difícil, o exemplo de um amigo ou uma conversa com alguém que admiramos podem servir de inspiração para mudarmos nossa maneira de encarar a vida. Minha inspiração veio da minha irmã Vicki. Ela era uma pessoa gentil e carinhosa, não ligava para elogios e tudo o que queria era compartilhar seu amor com as pessoas de quem gostava: sua família e seus amigos.

No último verão, antes do meu primeiro ano de faculdade, recebi um telefonema do meu pai dizendo que Vicki tinha sido internada de emergência. Ela tinha passado mal e o lado direito do seu corpo estava paralisado. Os primeiros sintomas indicavam que ela poderia ter sofrido um derrame. No entanto, os resultados dos testes mostraram algo muito mais sério: a paralisia era conseqüência de um tumor maligno no cérebro. Os médicos não davam a Vicki mais de três meses de vida. Fiquei completamente arrasado. Como aquilo podia estar acontecendo? No dia anterior, minha irmã estava bem, não sentia nada, era uma jovem saudável. Agora, estava entre a vida e a morte.

Depois de superar o choque inicial e o sentimento de vazio, decidi que Vicki precisava de esperança e incentivo. Ela precisava de alguém que a fizesse acreditar que poderia superar aquele obstáculo. Resolvi ajudá-la a vencer a doença. Todo dia visualizávamos o tumor encolhendo e só falávamos coisas positivas. Eu até colei um cartaz na porta do seu quarto no hospital com os dizeres: "Se tiver pensamentos negativos, deixe-os do lado de fora." Nós fizemos um trato que se chamava 50-50. Eu lutaria 50% e ela lutaria os outros 50%.

Quando o ano letivo começou, eu não tinha certeza se deveria ir para a faculdade, a quase cinco mil quilômetros de distância, ou ficar com Vicki. Ela ficou brava por eu ter pensado nessa possibilidade e insistiu para eu não me preocupar, porque ela ia ficar bem. Ali estava Vicki, deitada em uma cama de hospital, me dizendo para não me preocupar. Percebi que, se ficasse, poderia passar a mensagem de que ela estava morrendo e eu não queria que ela pensasse assim. Vicki precisava acreditar que poderia vencer a batalha contra o câncer.

Ir embora naquela noite, sentindo que poderia ser a última vez que eu veria minha irmã, foi a coisa mais difícil que já fiz. Na faculdade, nunca parei de lutar meus 50% por ela. Toda noite, antes de dormir, conversava mentalmente com Vicki, esperando que de alguma forma ela me ouvisse. Eu repetia: "Vicki, estou lutando por você e nunca vou desistir. Não deixe de lutar, porque nós vamos vencer isso."

Alguns meses se passaram e ela continuou agüentando firme. Certo dia, uma amiga me perguntou sobre o estado de Vicki. Eu disse que ela estava piorando, mas que não desistia. Minha amiga, mais velha e experiente, fez uma pergunta que me deixou pensativo:
- Você acha que o motivo pelo qual Vicki não desistiu é porque não quer desapontar você?

Será que ela estava certa? Será que eu era egoísta por encorajar Vicki a continuar lutando? Naquela noite, antes de dormir, tentei transmitir uma mensagem diferente para ela: " Vicki, eu entendo que você está sofrendo muito. Se preferir descansar, faça isso. Desistir não é perder. Se você quiser ir para um lugar melhor, eu entendo. Vamos ficar juntos de novo. Eu te amo e vou sempre estar com você."

Na manhã seguinte, minha mãe telefonou bem cedo para avisar que Vicki tinha morrido.

Afastamentos

"A glória da amizade não é a mão estendida,
nem o sorriso carinhoso,
nem mesmo a delicia da companhia.
É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você."(Ralph Waldo Emerson)

AFASTAMENTOS
Maurício Cintrão

Os afastamentos acontecem e fazem parte da vida. As pessoas têm suas coisas, suas vidas. Nos últimos tempos, falta tempo. Falta tempo para muita gente.

Tenho pensado muito nisso. Queria parar e ligar para as pessoas queridas que há muito não vejo. Fico triste porque a rotina de compromissos me afasta do próprio desejo. Esqueço e, quando lembro, já não há tempo.

Quem está afastado, porém, não precisa estar distante. Amigo que é amigo, sempre está presente. Os amigos ficam conosco. Onde quer que estejamos, nos acompanham. É quase uma sina. Ficam pertinho, apesar de estarem a quilômetros, às vezes.

Aprendi há muito tempo que os amigos não são apenas eles e suas roupas, manias, gostos e sorrisos. São tudo isso e o que por eles sentimos. É assim que nos transformamos em amigos. Para tê-los presentes, os amigos não precisam acampar em nossos caminhos. Eles simplesmente ficam. E continuam ficando, queridos, presentes, a despeito da falta de um abraço gostoso.

Neste momento, por exemplo, estou acompanhado enquanto escrevo. Ficamos por aqui, solitários no garimpo dos pensamentos. Estamos eu, o computador e não sei quantas pessoas queridas. Muitas delas, há anos não vejo. Solenes, dividimos o silêncio barulhento da criação. Tomam um cafezinho, zombam de minhas dificuldades, participam de minhas angústias, alegrias e necessidades. Ninguém vê, ninguém de fora sente. Eles estão em mim, na verdade.

Mesmo que não se queira, as pessoas que importam passam a fazer parte da gente. Talvez por isso, seja tão difícil a amizade. O perfume do amigo é permanente, não sai. E o que fizermos de errado ficará, para sempre, com o perfume de nossa gente, de nossos amigos.

No fundo, no fundo, os afastamentos não deveriam incomodar. Por uma ligação qualquer, uma internet intergalática que não usa Windows nem cai no meio do bate-papo, volto a conversar, mesmo sem querer, com as pessoas de quem gosto.

Escrevo agora e sinto os perfumes de muitas amizades. Emprestam palavras, sugerem sentimentos e dão a certeza de que, até nos piores apertos, sozinho eu não fico.

Alguns médicos ainda não sabem, mas o corpo humano é formado por cabeça, tronco, membros e... amigos.

O melhor de todos

"Se você julga as pessoas, não tem tempo de amá-las." (Mark Twain)


O MELHOR DE TODOS
Tradução de SergioBarros
do texto de Nanette Thorsen-Snipes

Meu dia começou a azedar quando vi meu menino de seis anos com um galho cheio de minhas azaléas.
- Posso levar estas flores para a escola? ele pediu.
Com um aceno de mão, eu o mandei para fora. Me virei para que ele não percebesse as lágrimas em meus olhos. Eu adoro aquela azaléa. Eu toquei no galho quebrado como que a dizer-lhe silenciosamente,
- Sinto muito.
Para complicar um pouco mais o meu dia, a máquina de lavar quebrou e quando Jonathan perguntou o que eu faria para o almoço, percebi que estava com a geladeira vazia e não tinha muitas opções.

Dias como este me fazem querer parar e desistir de tudo. Eu apenas queria fugir até as montanhas, me esconder em uma caverna e nunca mais colocar a cara pra fora.
De algum modo eu consegui arrastar a roupa molhada até o tanque. Eu passei a maior parte do dia lavando roupa e pensando em como o amor tinha desaparecido de minha vida. Quando eu terminei de pendurar a última das camisas de meu marido, olhei o relógio: duas e meia. Eu estava atrasada. A aula de Jonathan terminava às 2:15. Fui correndo para a escola.

Ofegante, bati na porta da sala e olhei através do vidro. A professora fez sinal para que eu esperasse. Ela disse algo a Jonathan e entregou para ele e para outras duas crianças, lápis de cera e uma folha de papel.
- O que virá agora? - eu pensei quando, através da porta, ela pediu que eu entrasse na sala.
- Quero lhe falar sobre o Jonathan. - ela disse.
Me preparei para o pior. Nada mais me surpreenderia naquele dia.
- Você sabe das flores trazidas por Jonathan à escola hoje? Ela perguntou.
Eu respondi que sim, lembrando de meu arbusto favorito e tentando esconder a mágoa em meus olhos. Eu olhei de relance para meu filho que estava ocupado colorindo um desenho. Seu cabelo ondulado estava muito comprido e caía em sua testa. Seus olhos azuis brilhavam enquanto admirava sua obra.
- Deixe-me contar sobre o que aconteceu ontem. - A professora continuou - Está vendo aquela menina?

Eu olhei para a menina que ria divertida, apontando um desenho na parede e assenti.
- Bem, ontem estava quase histérica. Seus pais estão atravessando um momento muito difícil, estão se divorciando. Ela disse que não queria mais viver. E disse bem alto, com o rosto escondido entre as mãozinhas, para toda a sala ouvir: "ninguém me ama". Eu fiz tudo o que pude para consolar, mas parecia que nada mais importava.
- Eu achei que você queria me falar sobre Jonathan. Eu interrompi.
- Eu vou. - Ela disse - Hoje seu filho entrou e foi direto até ela. Ele a entregou algumas bonitas flores e sussurrou "eu te amo".
Senti meu coração inchar-se de orgulho com o que meu filho tinha feito. Eu sorri para a professora.
- Obrigada. - eu disse, puxando Jonathan pela mão - Você salvou o meu dia.

Mais tarde, eu arrancava ervas daninhas em torno de meu desequilibrado arbusto de azaléa. Pensando no amor que Jonathan demonstrou pela menina, um verso bíblico me veio à memória: "... estes três permanecem: a fé, a esperança e o amor. Mas o maior de todos é o amor."
Enquanto meu filho tinha colocado o amor na prática, eu tinha apenas sentido raiva.
Eu ouvi o barulho familiar do carro de meu marido entrando na garagem. Eu arranquei um pequeno galho de azaléas e corri até ele. Eu senti a semente do amor que Deus plantou em minha família recomeçar a florescer em mim. Meu marido arregalou os olhos de surpresa quando eu lhe entreguei as flores e disse,
- Eu te amo.

Seja verdadeiro

"Amar é, sobretudo, um jeito de ser, a começar por um sorriso que abraça, passando por um ‘bom dia’ que cuida, e envolvendo cada instante com uma atenção que valida toda a experiência." (Rosana Braga)


SEJA VERDADEIRO
Iyanla Vanzant
in "A vida vai dar certo para mim"

Quando você não se coloca bem no centro da verdade do que sabe, do que sente e de quem é, está negando o seu amor. Colocar-se significa se expressar, compartilhar e respeitar. Ao nos colocarmos, demonstramos apoio, amor-próprio e respeito por nós mesmos. Ao fazer isso, por nós, estamos fazendo o mesmo pelos outros. Com freqüência, negamos nossa verdade, porque não queremos magoar ou irritar as pessoas. Às vezes, simplesmente não nos damos conta do que estamos fazendo. Entretanto, quando escolhemos conscientemente não expressar o que sentimos, não compartilhar o que sabemos, não ser sinceros sobre quem somos, estamos, na verdade, negando o nosso amor.

Na essência de seu ser há o amor. O amor é a sua identidade espiritual. Cada experiência, cada encontro, cada lição aprendida é a forma que a vida tem de treinar você para tornar-se uma expressão maior do amor. O amor é uma força. Muitas vezes é a força que nos acorda para a vida, que nos desperta para a realidade, que elimina o nosso medo ou que nos ajuda a fazer aquilo que achávamos que não éramos capazes de fazer. Talvez você seja a única expressão de amor a cruzar o caminho de alguém num determinado dia. Quando você nega alguma coisa, porque acha que vai magoar a pessoa, pode estar negando exatamente aquilo que poderia salvá-la, ajudá-la ou curá-la.

Até hoje, você pode ter acreditado que as pessoas presentes em sua vida talvez não conseguissem lidar com a verdade que você conhece e sente. Hoje, dedique-se a amar e confiar nas pessoas o bastante para compartilhar com elas a verdade a seu respeito. Expresse o que você sabe e sente de forma amorosa. Compartilhe o que você sabe e sente com amor e cuidado. Seja quem você é, sinceramente, mostrando que você sabe que o amor harmoniza tudo e todos.

Hoje, eu me dedico a dizer a verdade para as pessoas que eu amo, confiando que elas saberão lidar com isso.